Sombras no Horizonte

Vejo pessoas na minha frente, mesmo com o sangue que escorre de minha cabeça me impedindo de distinguir seus rostos. E como doí, acho que não aguentarei por muito tempo, mas preciso primeiro terminar o que comecei, mesmo que depois minha lama descanse em paz. Ainda tenho forças pra mais uma tentativa de acabar de uma vez com tudo isso, aos poucos minha visão se torna cada vez mais turva, mim fazendo perceber que tenho que agir rápido. Tenho que juntar forças pra mim renascer das cinzas antes que seja tarde, procuro meio as cegas minha espada, que foi arremessada para longe com a força do último golpe.

Vejo meu inimigo ainda no chão tentando também se reerguer. Sinto o medo de que ele possa me atacar primeiro e de súbito vem em minha mente a lembrança daqueles que contam comigo pra terminar essa batalha, lembro-me das vezes que chegava em casa e corria ainda meio cansado para os braços de minha amada.

Subia as escadas, e a encontrava no quarto de nossa filha ainda acordada cantando canções de ninar. Como era doce aquela voz e como eram alegres aqueles momentos que mim faziam esquecer do tempo e das guerras lá fora. Nesses momentos eram que eu percebia como eu era feliz, mas todos esses momentos agora pertencem ao passado, enquanto me deliciava com esses pequenos prazeres da vida não percebia que a cada dia a guerra se aproximava mais do meu doce lar.

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